domingo, 30 de agosto de 2009

Ruas de Sentimento

"(..)..Já me vi a sofrer pelo amor que não sentiste e já me vi a odiar-te pela forma como mentiste..(..)"..

A certa altura entrei numa rua, nela encontrei caixotes de mentiras, abria algumas portas e delas só saiam desilusões, olhava para as janelas e as traições eram o mais perceptível..caminhava e apenas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Queria encontrar a saída mas tristeza do meu olhar não me deixava observar a luz do fim. Um dia abstive-me de toda a rua..quis olhar para o fundo e nele via uma placa de saída, não hesitei e corri, corri mesmo quando o vento me fazia recuar, quando existiam turbilhões de emoções que por vezes me faziam duvidar. Ao fim de tudo encontrei um deposito de recordações, quis largar tudo mas não tinha força suficiente..decidi então levar comigo a única coisa que me restava. Hoje noutra rua, levo isso comigo a cada passo..por vezes páro e penso se não estarei em frente a porta ou janela errada, se no meu caminho tenho caixotes cheios do que não quero..mas por outro lado, prudentemente, no bolso vou levar sempre um saquinho de confiança para poder caminhar sobre o desejo que tudo possa mudar. @

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Sim?..ou não?..

Bateram as 22h..o som do telemovel soou. Uma chamada, e quem diria que com ela vinha uma noticia que atormentar-me-ia a mente o resto da noite. "Juraram-me a pés juntos", escutava eu do outro lado. Apática, deixava que o brilho do meu olhar se esvanecesse por entre tantas lágrimas que caiam naquele instante. Não queria acreditar.. Não podia ser possível. Mas tantos eram os factos que batiam certo, outras tantas eram as razões que me faziam recuar e dizer que era impossível. De outro lado ouvira que não era mais que uma mentira, que nunca tinha acontecido.. os soluços e a voz de choro voltaram e por muito que nao quizesse, era a acreditar neste lado que o meu coração me mandava.
Agora, sem saber muito bem ao certo o que se passou, caminho mais uma vez com vista a superar tudo isto..esperando não me desiluidir, agarrando com toda a força a ultima esperança que me resta.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Insisto, persisto mas não desisto.

Em cada passo que dou nesta vida, sempre foram existindo momentos que ficaram, que guardo por vezes num maior segredo, num enorme silêncio, num duradouro olhar, num simples gesto, e que, nunca nada nem ninguém poderá alcançar. São só meus e a sua importância é esmagadora, parecem ser de outra dimensão sim, dimensão essa que é rara, mas ao mesmo tempo tão perfeita.. realidades que por vezes se sentem em belas tardes de verão acompanhadas por uma boa musica, em que eu sou mesmo eu, e entro assim num estado de pura paz. Nesse turbilhão de momentos e pensamentos existem sempre aquele que me marcaram mesmo; como muita vez ouvi “os actos permanecem em quem os pratica” e assim ficaram, bons ou maus, os momentos , as lembranças, permanecem em mim. Outro dia ouvi “o que fazes caracteriza a pessoa que és”, certo. Mas aí penso nas coisas más que fiz, e sim, a todo o momento faço algo de errado, a todo o momentos faço algo certo, mesmo que seja num mundo imaginário sem sentido. Outrora disseram me “desistir é para fracos”, não cedi. Pensei, pensei novamente e não desisti. Desistir ali de qualquer coisa, nem que fosse insignificante, poderia valer tantoo.. Se um acto me caracterizava, não ia desistir, não iria ser tomada como fraca e covarde por ter desistido. Arranquei forças, onde não sei, e não desisti, insisti e resisti. Um dia alguém pensou e escreveu que muitas vezes valeria muito mais desistir do que insistir, esquecer do que lembrar, anular do que sonhar.. No ar, ficará para sempre a duvida se era mesmo isso que deveria ter sido feito. Eu não o faria. Confesso que às vezes o que me apetece mesmo é desaparecer, mudar tudo o que parece não ter solução mesmo depois de batalhar nela, deitar tudo ao abismo para voltar a construir do inicio, sair de casa, bater com a porta e correr, apanhar a ultima boleia ate ao infinito naquele momento certo e sem olhar para trás ir deixando cair tudo o que tenho. Queimar imagens e cartas, apagar da minha memoria vozes e cheiros, toques e gestos, apagar mesmo da memoria sem medo de perder tudo para sempre, esquecer mesmo tudo, formatar a minha cabeça, deixar o vento levar cada momento, cada mito, cada passo, cada frase, palavra ou letra, cada promessa ou desilusão... apetece tanto, mas tanto..partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando sei que tenho os melhores motivos para ficar. Mas resisto, levanto a cabeça, olho em frente e sorrio, insisto e persisto. Não desisto de nada, de um sonho, de um abraço que tarda em chegar, de uma visita que demore, de nada. E se for mesmo assim e desistir for para fracos, se a sorte só proteger os que são realmente capazes de resistir, então eu decidi que vou ter sempre coragem e determinação para enfrentar tudo, hei-de ir ate onde o meu coração me levar e lutarei por tudo o que me faça acreditar. Farei o que conseguir e irei ate onde for preciso para atingir a felicidade, felicidade esta que não se compra, conquista-se!.. eu cá, conquisto-a. E demore o tempo que demorar, sei que chegará para ficar. @