sábado, 10 de outubro de 2009

E foi assim, o fim de tudo!

Era um dia não muito alegre, daqueles onde o sol mal se mostra, quando não nos apetece sair de casa sequer. Abri a porta, o vento bateu-me na cara, um arrepio invadiu-me o corpo. O meu coração batia fortemente dentro do meu peito, a minha respiração estava ofegante e as minhas mãos tremiam mais que duas varas verdes. Comecei a caminhar. A certa altura reparei que se desse um passo em frente iria parar aquela rua, solitária, deserta, somente com aquele passeio que dizia tanto. As minhas pernas tremiam, se entrasse por ali teria de ir até ao fim, voltar para trás tornar-se-ia impossível. Respirei fundo, fechei os olhos na tentativa de ordenar os meus pensamentos e fui. Quaisquer que fossem os meus pensamentos, abertos os olhos e chegada ali, tinham desaparecido. A minha cabeça era possuidora do nada quando contemplada pela realidade. Ainda tremia.. tentava mais uma vez fechar os olhos, os pensamentos ainda corriam em mim. De repente olhei para o passeio e ouvi o meu desespero gritar comigo, fiquei para lá parada, perguntando porque diabos estava eu ali. Levei a mão a boca e olhei para trás, será que poderia voltar sem que ninguém que visse? A resposta era negativa. Voltei a olhar, o lugar era o mesmo e eu tremia agora mais que nunca. Dei mais uns passos e sentei-me lá, naquele passeio, e por momentos sorri como da primeira vez. Mas depressa a realidade me tomou. Peguei no telemóvel. Li o nome.. será que sim? Será qe não? Pensava então como ia explicar, como ia deitar tudo para fora, como ia pela primeira vez conseguir impor-me e dizer que eu sim tinha razão. Não consegui. Desviei o olhar, senti gotas quentes contemplarem o meu rosto e curiosamente senti o ritmo do meu coração abrandar. “agora chega!” disse. Era o suficiente para perceber o que se avizinharia. Era o suficiente para me fazer ouvir, o meu coração saltou e naquela hora peguei no telemóvel de novo e senti que era capaz de gritar. A coragem não me deu nenhuma tampa, o meu sorriso escapava-se por entre as lágrimas e não olhava para trás em momento algum. A verdade era expressa e acompanhada por muito sofrimento a sentença era ditada. Naquele momento eu era alma, corpo, pedra e solidão. Não havia explosões no meu peito, mas ele batia e batia, e isso doía. Dizia tudo, tudo mas tudo. Teria de entender que a culpa não era assinada por mim. Enquanto parava de falar só um pensamento me enchia a cabeça… como viveria eu dali para a frente? Sabendo que era aquela pessoa a que mais falta me fazia? E um “ de cabeça erguida” rapidamente surgia. Soltei das ultimas palavras: “acabou!”. Talvez este jeito tenha sido o melhor, doloroso sim, e de certo eficaz. Desliguei. Abri os meus olhos, rua cheia. Não d e gente mas de momentos, sorrisos, lágrimas..lembranças! Soltei um sorriso, levei a mão a cara de novo, sentia agora um alivio, o desespero tinha fugido. A coragem estava de parabéns. A solidão tinha feito as malas. As mentiras ficaram presas preventivamente. Os enganos, não passavam de desconhecidos, o amor que existia, esse, ficara a naufragar nas inúmeras lágrimas que derramei por ele. Agora, resta apenas um coração, um coração que suspira de alivio por não ser mais maltratado, e que espera cautelosamente pelo virar desta pagina para poder viver novamente. @

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