Sentada aqui, desta maneira, neste sitio, revivo mil e um momentos que outrora foram tudo. Há muito tempo, lá num passado longuinquo sentava-me da mesma forma, pela mesma hora, porém, via o mundo de maneira diferente. A vida? O que era isso? Um mar de rosas vermelhas onde eu passeava descalça sem me picar. Uma estrada cheia de transito por onde me escapava sem arranhão.. uma sociedade sem problemas onde não havia espaço para desilusões..
Mas e hoje? Hoje tudo é diferente. Se tentar correr sobre rosas desisto ao primeiro passo. Se tentar atravessar a rua com milhares de carros, corro o risco de ser atropelada. Aii, como antes tudo era tão bom. Lembro me de quando nos viravamos uns para os outros e soltavamos a grande frase "vamos brincar!" Eternas Crianças.
Hoje, por vezes, sou criança, tenho a cabeça demasiado ocupada com coisas que se calhar nem merecem importancia. Por outro lado, tenho responsabilidades, cumpro obrigações.
Mas quem sou eu? Mudei? Não, cresci! Se foi fácil? Não. Muitos desafios enfrentei.
Hoje tenho plena noção do quanto custa tudo isto. Hoje consigo dizer "ajo por mim, não porque me mandam. Hoje, tenho a capacidade de pensar, reagir e viver não a altura da criança que fui, mas sim da pessoa que me formo. " Hoje, consigo enfrentar um problema que antes me dizia muito e que agora é somente mais um. Tão banal. Hoje consigo olhar nos olhos ee ter aquela conversa que antes era impensável..com aquelas palavras que para muitos, são isso mesmo, palavras, e que para outros são puras confissões sobre o que um dia vivi.
A vida mudou sim, os tempos mudaram, as pessoas foram aparecendo e desaparecendo, momentos ficaram, palavras marcaram, olhares conheceram, sorrisos conquistaram mas eu sou a mesa. Não mudei, cresci! (L
domingo, 1 de novembro de 2009
sábado, 10 de outubro de 2009
E foi assim, o fim de tudo!
Era um dia não muito alegre, daqueles onde o sol mal se mostra, quando não nos apetece sair de casa sequer. Abri a porta, o vento bateu-me na cara, um arrepio invadiu-me o corpo. O meu coração batia fortemente dentro do meu peito, a minha respiração estava ofegante e as minhas mãos tremiam mais que duas varas verdes. Comecei a caminhar. A certa altura reparei que se desse um passo em frente iria parar aquela rua, solitária, deserta, somente com aquele passeio que dizia tanto. As minhas pernas tremiam, se entrasse por ali teria de ir até ao fim, voltar para trás tornar-se-ia impossível. Respirei fundo, fechei os olhos na tentativa de ordenar os meus pensamentos e fui. Quaisquer que fossem os meus pensamentos, abertos os olhos e chegada ali, tinham desaparecido. A minha cabeça era possuidora do nada quando contemplada pela realidade. Ainda tremia.. tentava mais uma vez fechar os olhos, os pensamentos ainda corriam em mim. De repente olhei para o passeio e ouvi o meu desespero gritar comigo, fiquei para lá parada, perguntando porque diabos estava eu ali. Levei a mão a boca e olhei para trás, será que poderia voltar sem que ninguém que visse? A resposta era negativa. Voltei a olhar, o lugar era o mesmo e eu tremia agora mais que nunca. Dei mais uns passos e sentei-me lá, naquele passeio, e por momentos sorri como da primeira vez. Mas depressa a realidade me tomou. Peguei no telemóvel. Li o nome.. será que sim? Será qe não? Pensava então como ia explicar, como ia deitar tudo para fora, como ia pela primeira vez conseguir impor-me e dizer que eu sim tinha razão. Não consegui. Desviei o olhar, senti gotas quentes contemplarem o meu rosto e curiosamente senti o ritmo do meu coração abrandar. “agora chega!” disse. Era o suficiente para perceber o que se avizinharia. Era o suficiente para me fazer ouvir, o meu coração saltou e naquela hora peguei no telemóvel de novo e senti que era capaz de gritar. A coragem não me deu nenhuma tampa, o meu sorriso escapava-se por entre as lágrimas e não olhava para trás em momento algum. A verdade era expressa e acompanhada por muito sofrimento a sentença era ditada. Naquele momento eu era alma, corpo, pedra e solidão. Não havia explosões no meu peito, mas ele batia e batia, e isso doía. Dizia tudo, tudo mas tudo. Teria de entender que a culpa não era assinada por mim. Enquanto parava de falar só um pensamento me enchia a cabeça… como viveria eu dali para a frente? Sabendo que era aquela pessoa a que mais falta me fazia? E um “ de cabeça erguida” rapidamente surgia. Soltei das ultimas palavras: “acabou!”. Talvez este jeito tenha sido o melhor, doloroso sim, e de certo eficaz. Desliguei. Abri os meus olhos, rua cheia. Não d e gente mas de momentos, sorrisos, lágrimas..lembranças! Soltei um sorriso, levei a mão a cara de novo, sentia agora um alivio, o desespero tinha fugido. A coragem estava de parabéns. A solidão tinha feito as malas. As mentiras ficaram presas preventivamente. Os enganos, não passavam de desconhecidos, o amor que existia, esse, ficara a naufragar nas inúmeras lágrimas que derramei por ele. Agora, resta apenas um coração, um coração que suspira de alivio por não ser mais maltratado, e que espera cautelosamente pelo virar desta pagina para poder viver novamente. @
domingo, 13 de setembro de 2009
São recordações e não passam disso..
Foram pedaços de papel que encerraram memórias. Hoje são meras palavras.. Imagens.. Imagens que não tive coragem de apagar, que valem mais que mil palavras. São recordações nossas impressas num papel brilhante, frágil e intocável. Muitas vezes, fecho os olhos e recordo. Como está tudo tão diferente agora. O tempo passou e eu não dei por isso. Na memória, ficaram estes flashes que páram o tempo e que se arrastam pela eternidade. O tempo, esse continua a passar e impressos no papel ficam os momentos. Estáticos, mudos e sem cheiro. Mas ficam. Hoje, este álbum é enorme.. de capa rija que nunca ninguém conseguirá estragar. Por outro lado, encerra tantas memórias.. Memórias que arrastam saudade.. Recordações que não passam disso, e basta-me olhar para a capa para conseguir trazer tudo de novo.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Oh vida!..
As minhas pernas querem correr mas os meus pés estão colados ao chão. Os meus braços querem empurrar mas a força do aconchego domina. Quero ter um sorriso no rosto, mas é a pele molhada pelas lágrimas que caiem que é vista por todos. Quero ir, mas tudo me faz ficar. Quero largar, mas o sentimento deixa-me presa. Quero todos os porque's aos porquê's. Peço desculpa mas a única culpa que tenho é a de pedir perdão. A desconfiança deixa-se vencer pela mentira. O orgulho é engolido pela dor. A fraqueza aumenta e a capacidade de deitar borda fora o que me incomoda é agora nula. Mas porquê? Tenho cem perguntas mas as respostas extraviaram-se.. porém, tenho mil sentimentos, mas só o da coragem ainda me faz manter de pé.@
domingo, 30 de agosto de 2009
Ruas de Sentimento
"(..)..Já me vi a sofrer pelo amor que não sentiste e já me vi a odiar-te pela forma como mentiste..(..)"..
A certa altura entrei numa rua, nela encontrei caixotes de mentiras, abria algumas portas e delas só saiam desilusões, olhava para as janelas e as traições eram o mais perceptível..caminhava e apenas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Queria encontrar a saída mas tristeza do meu olhar não me deixava observar a luz do fim. Um dia abstive-me de toda a rua..quis olhar para o fundo e nele via uma placa de saída, não hesitei e corri, corri mesmo quando o vento me fazia recuar, quando existiam turbilhões de emoções que por vezes me faziam duvidar. Ao fim de tudo encontrei um deposito de recordações, quis largar tudo mas não tinha força suficiente..decidi então levar comigo a única coisa que me restava. Hoje noutra rua, levo isso comigo a cada passo..por vezes páro e penso se não estarei em frente a porta ou janela errada, se no meu caminho tenho caixotes cheios do que não quero..mas por outro lado, prudentemente, no bolso vou levar sempre um saquinho de confiança para poder caminhar sobre o desejo que tudo possa mudar. @
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Sim?..ou não?..
Bateram as 22h..o som do telemovel soou. Uma chamada, e quem diria que com ela vinha uma noticia que atormentar-me-ia a mente o resto da noite. "Juraram-me a pés juntos", escutava eu do outro lado. Apática, deixava que o brilho do meu olhar se esvanecesse por entre tantas lágrimas que caiam naquele instante. Não queria acreditar.. Não podia ser possível. Mas tantos eram os factos que batiam certo, outras tantas eram as razões que me faziam recuar e dizer que era impossível. De outro lado ouvira que não era mais que uma mentira, que nunca tinha acontecido.. os soluços e a voz de choro voltaram e por muito que nao quizesse, era a acreditar neste lado que o meu coração me mandava.
Agora, sem saber muito bem ao certo o que se passou, caminho mais uma vez com vista a superar tudo isto..esperando não me desiluidir, agarrando com toda a força a ultima esperança que me resta.
Agora, sem saber muito bem ao certo o que se passou, caminho mais uma vez com vista a superar tudo isto..esperando não me desiluidir, agarrando com toda a força a ultima esperança que me resta.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Insisto, persisto mas não desisto.
Em cada passo que dou nesta vida, sempre foram existindo momentos que ficaram, que guardo por vezes num maior segredo, num enorme silêncio, num duradouro olhar, num simples gesto, e que, nunca nada nem ninguém poderá alcançar. São só meus e a sua importância é esmagadora, parecem ser de outra dimensão sim, dimensão essa que é rara, mas ao mesmo tempo tão perfeita.. realidades que por vezes se sentem em belas tardes de verão acompanhadas por uma boa musica, em que eu sou mesmo eu, e entro assim num estado de pura paz. Nesse turbilhão de momentos e pensamentos existem sempre aquele que me marcaram mesmo; como muita vez ouvi “os actos permanecem em quem os pratica” e assim ficaram, bons ou maus, os momentos , as lembranças, permanecem em mim. Outro dia ouvi “o que fazes caracteriza a pessoa que és”, certo. Mas aí penso nas coisas más que fiz, e sim, a todo o momento faço algo de errado, a todo o momentos faço algo certo, mesmo que seja num mundo imaginário sem sentido. Outrora disseram me “desistir é para fracos”, não cedi. Pensei, pensei novamente e não desisti. Desistir ali de qualquer coisa, nem que fosse insignificante, poderia valer tantoo.. Se um acto me caracterizava, não ia desistir, não iria ser tomada como fraca e covarde por ter desistido. Arranquei forças, onde não sei, e não desisti, insisti e resisti. Um dia alguém pensou e escreveu que muitas vezes valeria muito mais desistir do que insistir, esquecer do que lembrar, anular do que sonhar.. No ar, ficará para sempre a duvida se era mesmo isso que deveria ter sido feito. Eu não o faria. Confesso que às vezes o que me apetece mesmo é desaparecer, mudar tudo o que parece não ter solução mesmo depois de batalhar nela, deitar tudo ao abismo para voltar a construir do inicio, sair de casa, bater com a porta e correr, apanhar a ultima boleia ate ao infinito naquele momento certo e sem olhar para trás ir deixando cair tudo o que tenho. Queimar imagens e cartas, apagar da minha memoria vozes e cheiros, toques e gestos, apagar mesmo da memoria sem medo de perder tudo para sempre, esquecer mesmo tudo, formatar a minha cabeça, deixar o vento levar cada momento, cada mito, cada passo, cada frase, palavra ou letra, cada promessa ou desilusão... apetece tanto, mas tanto..partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando sei que tenho os melhores motivos para ficar. Mas resisto, levanto a cabeça, olho em frente e sorrio, insisto e persisto. Não desisto de nada, de um sonho, de um abraço que tarda em chegar, de uma visita que demore, de nada. E se for mesmo assim e desistir for para fracos, se a sorte só proteger os que são realmente capazes de resistir, então eu decidi que vou ter sempre coragem e determinação para enfrentar tudo, hei-de ir ate onde o meu coração me levar e lutarei por tudo o que me faça acreditar. Farei o que conseguir e irei ate onde for preciso para atingir a felicidade, felicidade esta que não se compra, conquista-se!.. eu cá, conquisto-a. E demore o tempo que demorar, sei que chegará para ficar. @
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